Relacionamentos Abusivos
Quando é hora de colocar um ponto final
Relacionamentos aparentemente são um tema inesgotável. No artigo anterior falamos sobre manter a boa convivência, evitar desgastes, apegar-se ao amor que os uniu... No entanto, nem sempre isso é possível ou aconselhável. Temos presenciado um aumento exponencial de relatos nos noticiários e até mesmo de pessoas que conhecemos sobre situações em que as mulheres são expostas à violência de diversos tipos. Muitas vezes os abusos começam sutilmente, com xingamentos ou menosprezo, de uma forma tão rotineira que a própria mulher não considera como violência. Conforme ela permite esse tratamento, as agressões costumam evoluir para formas mais ofensivas, chegando ao limite de ameaças e agressão física.
Sabemos que uma mulher vítima de um agressor conhecido, a quem ela ama, dificilmente acredita que ele a machucará "de verdade". A probabilidade é pensar que ele vai mudar. No entanto, isso contraria diretamente as estatísticas. O "Ministério dos Direitos Humanos (MDH) divulgou o balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, com dados referentes ao período de janeiro a julho de 2018. Nesse período os relatos de violência chegaram a 79.661, sendo os maiores números referentes à violência física (37.396) e violência psicológica (26.527)."
Como evitar fazer parte dessas estatísticas
É fundamental que aos primeiros sinais de agressividade de um parceiro, a mulher encerre o relacionamento. Não tenha expectativas de que ele mude por amor. Ele não vai mudar. Não pague para ver. Muitos casos terminam em homicídio. Dê valor a si, tenha autoestima suficiente para se olhar no espelho e dizer: "eu amo esse homem, mas eu amo mais a mim." Ninguém é tão maravilhoso assim que mereça a sua submissão a um estilo de vida degradante, humilhante e que te desvaloriza. É preciso força para sair de relacionamentos abusivos, principalmente quando há questões importantes envolvidas, como dependência financeira, filhos etc. Só que você já tem essa força. É só procurá-la aí dentro e reforçar pedindo ajuda a um amigo de confiança, um psicólogo ou alguém da família que possa te apoiar. Sua saúde emocional e sua integridade física valem muito para você ficar adiando esse rompimento. Não seja vítima; não aceite esse papel e essas circunstâncias. Assuma o controle.
Acho importante deixar aqui um alerta:
Muitos homens também vivem relacionamentos abusivos, com mulheres desequilibradas que fazem o possível para tornar suas vidas um verdadeiro inferno. E vários também têm dificuldade para abandonar esses relacionamentos, geralmente por causa dos filhos. Esses homens também sofrem, também passam por situações humilhantes, principalmente quando o desequilíbrio da parceira envolve ciúmes. A solução é a mesma. Terminar o relacionamento. E mesmo com um ponto final claro e bem explicitado algumas mulheres são tão obcecadas que continuam a perseguir o homem anos e anos depois do término, sempre com desculpas. Usam os filhos sem o menor escrúpulo, inventam mentiras, armam os chamados "barracos", inventam processos etc. Acho necessário deixar claro que embora o número de mulheres que sofrem com parceiros cruéis seja muito mais expressivo, também existem homens que se envolvem com mulheres que precisam de tratamento psiquiátrico ou responder por crimes na letra da Lei.
Caso você ainda tenha amor por uma pessoa que te trata desta forma, sabemos que finais machucam. As lembranças insistem em voltar. Às vezes, traiçoeiramente fazendo parecer que o relacionamento era melhor do que de fato era.
E seguimos sofrendo até um certo dia em que lembramos e nos damos conta de que já é possível lembrar sem marejar os olhos, sem sofrer... É assim que se supera; com calma.
Viva os processos que a vida te apresenta. Confie que existem possibilidades só aguardando que você queira usufruí-las. Tudo a seu tempo.
Texto: Gisele Almeida
@solarisautoconhecimento
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