Formando suas próprias opiniões


Alguém faz a sua cabeça?

Levando em consideração que somos racionais, logicamente pensamos sobre uma diversa gama de assuntos. De acordo com nossas expectativas, experiências de vida, criação, escolaridade, orientação religiosa e outros fatores, formamos opiniões que podemos ou não mudar durante o curso de nossas vidas. Mudar de opinião é um sinal de inteligência, já que só muda o pensamento quem tem o hábito de observar e refletir. No entanto, será que cabe a nós a tarefa de julgar a forma como os outros pensam, sendo que tivemos experiências e educação diversas? 

Quanto mais observo o comportamento humano noto uma necessidade quase patológica em alguns sujeitos de serem os "detentores da verdade absoluta". Sujeitos esses que não admitem que pessoas possam pensar de forma diferente e ainda assim estarem certas sob outra perspectiva. 

Cada um enxerga a vida de modo peculiar, com base em suas vivências e constrói suas opiniões de acordo com elas. Quando desconsideramos isso, demonstramos uma visão muito estreita, restrita apenas ao que acontece dentro da nossa mente. 

O mundo não é assim. O mundo é construído com a diversidade de pensamentos, teorias testadas que serão confirmadas empiricamente ou refutadas e tudo isso seria muito positivo se todos nos dispusessemos a raciocinar sobre as hipóteses alheias.  

Sempre questionei o porquê dessa necessidade tão intensa de ter razão. Estar certo em algo não faz de nós  um ser superior aos outros. Continuaremos sofrendo de insegurança (sim, é por isso que queremos estar sempre certos) e necessitando opinar sobre tudo e ter a aprovação do outro. 

O bom senso permite que sejamos capazes de notar pensamentos e atitudes diferentes e consigamos apenas observar. Nem tudo precisa ser comentado, criticado ou mudado de acordo com a nossa vontade. E está tudo bem; nada será alterado em nossas vidas se expusermos nossa opinião ou crítica.

É bem provável que esse tipo de pessoa jamais procure uma terapia ou compreenda que este artigo pode estar se referindo ao seu problema, afinal, essas pessoas sempre têm razão. Na verdade, a intenção aqui é mostrar aos demais que esse comportamento é, além de desagradável, nocivo. Pode ser sutil como posts em redes sociais ou ser sério ao ponto de assumir uma característica de manipulação. 
Pode se tratar apenas de uma pessoa com o ego muito inflado ou até mesmo de um sujeito com características sociopatas. 

É muito importante aprendermos a diferenciar quando o que estamos defendendo trata-se realmente da nossa própria opinião, com base em nossas crenças ou quando nossas palavras são meras repetições de alguém ou de algum grupo que nos influencia. Não dê a ninguém o poder de ditar o que você deve acreditar ou o que deve pensar sobre qualquer que seja o assunto. Sua individualidade não tem preço.

Indivíduos manipuladores são perigosos, desde colegas, familiares até influenciadores digitais.

Alguém que está sempre ao seu lado, é uma boa pessoa e te ensina a ser melhor apenas com as suas atitudes é muito diferente de alguém que te oprime, menospreza sua opinião e te manipula para conseguir mudar quem você realmente é e no que acredita.  
Aprenda a diferenciar esses dois tipos antes que você seja prejudicado. 

Texto: Gisele Almeida 
@solarisautoconhecimento

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