Inteligências

Inteligências: é melhor ter razão ou ter paz

Na vida passamos por diversas fases. Em algumas delas parecemos ter mais força para enfrentar os desafios impostos, mais energia ou simplesmente mais motivação, mas também passamos por épocas em que somos marcados por um desalento e uma falta de perspectiva tão intensos que beiram um vazio existencial. No entanto, ainda assim é provável que você tenha motivos para seguir em frente, você talvez só não os esteja identificando no momento. 

Nessas circunstâncias a capacidade de raciocínio fica comprometida, tendemos a enxergar tudo de forma negativa e muitas vezes interpretamos errado uma fala de alguém que na verdade só estava tentando ajudar. Tudo fica muito pessoal nesses momentos porque estamos muito passionais. Nossa tendência é ouvir, magoar-nos com o que achamos que foi dito e nos calar. Ou o oposto, explodir ao menor sinal de contrariedade. 

Obviamente que a intenção aqui não é pedir a pronta aplicação do bom senso a quem está emocionalmente abalado. Tudo começa com a prática de refletir sobre tudo que ouve. Evitando reagir na hora. Um problema pode ser percebido como tal em primeira análise, mas com um olhar posterior podemos descobrir que não era um problema. Era um obstáculo perfeitamente transponível com um pouco de criatividade ou planejamento. 

Tudo o que se deve evitar é o desespero. Esse sim é o maior responsável pelas grandes decisões estúpidas que tomamos. O desespero nos leva a agir por impulso, o que invariavelmente nos conduz ao arrependimento. Amizades e relacionamentos já foram perdidos por impulso. Empregos e oportunidades também. 

Aprender a lidar com contrariedades e situações de estresse é um grande indicativo da busca pela inteligência emocional. Não adianta ser um gênio da tecnologia, da medicina ou qualquer outra área se você perde a capacidade de se controlar diante de situações de conflito. Nos dias atuais, a inteligência acadêmica não tem mais valor do que a inteligência emocional. 

Em um relacionamento, por exemplo, seja romântico ou de amizade, não importa provar que você tem razão. Num relacionamento saudável o que importa é que, mesmo que vocês pensem de forma diferente, a convivência é possível se ambos estiverem mais focados no bem-estar do outro, de forma equilibrada. E com isso não quero dizer que se deva aceitar tudo sem emitir suas opiniões, mas sim, garantir que suas opiniões tenham igual valor e sejam respeitadas. 

É possível viver com quem tem ideias diferentes das suas, desde que exista respeito de ambos os lados. 
Aprender a identificar os seus sentimentos e lidar com eles é parte fundamental do processo de aquisição de uma característica que tornará sua vida mais fácil: viver e se relacionar com os outros sem grandes conflitos. 

Texto: Gisele Almeida 
@solarisautoconhecimento

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