Perdas, inveja e aceitação
Quantas perdas uma pessoa pode acumular ao longo de uma vida?
Desde o nascimento perdemos o aconchego e a proteção do útero materno para sermos lançados em um mundo iluminado, barulhento, cheio de pessoas ao nosso redor que, apesar de estarem lá para cuidar de nosso bem-estar até então não temos esse conhecimento. E daí em diante, apesar de adquirirmos algum conforto e afeto, passamos a experienciar diversos tipos de frustração e perdas.
Na primeira infância, na adolescência, na vida adulta e por fim na velhice. Perdas são fatos naturais (que nos acompanham desde o nascimento) e as pessoas que não aprendem a lidar com isso são as que mais sofrem na vida.
Esforçar-se para evitar perdas faz parte do instinto humano, mas aprender a aceitar as situações que não dependem de você é uma questão de inteligência emocional.
Uma pessoa que sabe aceitar o que não pode mudar é uma pessoa resiliente, uma pessoa que de forma sagaz busca alternativas para superar ou lidar com as eventuais perdas.
Ao contrário, pessoas competitivas demais, que não aceitam perdas inevitáveis, que estão sempre levando a vida baseadas em embates, tornam-se pessoas amargas, rancorosas, vingativas e, invariavelmente, sofredoras.
O pior é que além de perderem muitas oportunidades de viver uma vida promissora, estragam a vida dos poucos que ainda podem se importar com elas e, geralmente, só vão reconhecer que perderam preciosos anos lutando com "moinhos de vento" quando for tarde demais para voltar atrás e desfazer o estrago que causaram a si próprias.
Normalmente sofrem de um terrível complexo de inferioridade disfarçado em um verniz de arrogância.
Alguém com autoestima elevada, inteligência emocional e resiliência vive para si, procura a sua própria felicidade sem ficar olhando para os lados para ver se o "inimigo imaginário" está mais ou menos feliz do que ela.
Na realidade, e digo isso sem querer parecer dona da verdade, é que pessoas mentalmente saudáveis ocupam-se apenas de suas próprias vidas.
Texto: Gisele Almeida
@solarisautoconhecimento
Referência bibliográfica:
CERVANTES SAAVEDRA, Miguel de. Dom Quixote. São Paulo: FTD, 2013.
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